A erosão costeira na Praia do Saco, localizada no município de Estância, fez o Rio Piauí avançar 130 metros nos últimos 10 anos, segundo um estudo de pesquisadores do Laboratório de Progeologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
O aumento da força do rio já causou desmoronamento de imóveis, como uma casa localizada perto de uma Área de Preservação Permanente (APP). A ocupação da região começou há cerca de 50 anos, em uma área arenosa entre a foz e um manguezal.
Júlio César Vieira, geocientista e pesquisador do Laboratório de Progeologia da UFS, explicou que a ocupação humana em uma área geologicamente instável contribuiu para os problemas atuais.
Além disso, o uso inadequado de quebra-mares tem acelerado a erosão. Essas estruturas redirecionam a força das ondas para a foz do rio, protegendo parcialmente algumas residências, mas agravando a erosão em outras partes.
Os pesquisadores estão realizando a batimetria da foz do Rio Piauí para verificar se há impacto dos quebra-mares no aprofundamento do canal do rio. Se for identificado um canal profundo perto das casas, a situação pode se tornar ainda mais perigosa. Os resultados serão enviados à Defesa Civil de Sergipe.
Apesar do avanço do rio, a faixa de areia do lado sergipano à beira-mar cresceu 180 metros nos últimos 30 anos. A distância entre Ponta do Saco, em Sergipe, e Mangue Seco, na Bahia, quase dobrou, passando de 3 mil metros em 1992, para 5,5 mil metros atualmente.
O estudo também destaca que a confluência de dois rios, Real e Piauí, no mesmo ponto do Oceano Atlântico, criou um estuário bastante largo, e qualquer intervenção sem planejamento pode agravar ainda mais o problema da erosão.