Diretora de Auditoria da Previdência aponta que CGU investiga todas as entidades ligadas ao INSS

Ela confirmou que a Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Previdência foi comunicada das suspeitas de irregularidades nos descontos das aposentadorias quando 0Luppi chefiava a pasta

A Comissão Parlamentar Mista (CPMI) que investiga esquema de fraude do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) ouviu, nesta quinta-feira (4), a diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota, que falou à comissão em dois períodos.

Pela manhã, ela informou que o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, resistiu em seguir recomendações da CGU para suspender descontos associativos automáticos nas aposentadorias. No período da tarde, ela disse que as auditorias do órgão alcançam todas as entidades associadas ao INSS, sem beneficiar uma outra conforme interesse político.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) quis saber se a dispensa da biometria para autorização de descontos poderia ter beneficiado o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). O irmão do presidente Lula, conhecido como Frei Chico, é um dos vice-presidentes do Sindnapi. Em resposta, Eliane Viegas negou que a dispensa tenha beneficiado uma entidade específica, já que se trata de uma regra geral para todas as entidades.

O senador ainda questionou se algumas auditorias poderiam ter protegido entidades ligadas à esquerda, como Sindnapi e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A diretora confirmou o caráter técnico do trabalho da CGU e negou qualquer direcionamento. Ela também disse que as recomendações do órgão atingiram todas as entidades avaliadas, incluindo o Sindnapi.” Na verdade essa auditoria foi ampla e abarcou a totalidade das entidades — declarou Eliane.

A diretora também confirmou que a Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Previdência foi comunicada das suspeitas de irregularidades nos descontos das aposentadorias quando o ex-ministro Carlos Luppi chefiava a pasta (2023 a maio de 2025).

Em resposta à deputada Coronel Fernanda (PL-MT), Eliane informou que não sofreu retaliações nem na CGU nem de outros órgãos ou entidades. Ela admitiu, porém, um certo receio, por conta do grande volume de recursos envolvidos nas fraudes identificadas.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) manifestou contrariedade no tratamento de alguns dos parlamentares com os depoentes, principalmente com as mulheres. Soraya quis saber se Wagner Rosário, ministro da CGU do governo de Jair Bolsonaro, tratou de auditorias relacionadas com o INSS. Em resposta, Eliane Mota disse não se recordar de alguma interação com o ex-chefe da CGU.

O senador Marcio Bittar (PL-AC) classificou os descontos indevidos dos aposentados como “um assalto”. O senador informou que vai apresentar um requerimento para investigar se ONGs que atuam na região amazônica se associaram a entidades para ter acesso a descontos nas aposentadorias do INSS.

As informações são da Agência Senado

Compartilhe nas Redes
WhatsApp
Facebook
Picture of Katia Santana

Katia Santana

Mais Recentes

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *