Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) transformaram o pacato município de Santo Amaro, em Sergipe, em quatel general da lavagem de dinheiro.
De acordo com a coluna Radar Econômico, publicada na Revista Veja, assinada pelo jornalista Pedro Gil, cinco moradores da cidade foram cooptados pelo grupo criminoso para abrir empresas de fachada e movimentar fortunas a serviço do crime organizado.
Uma dessas pessoas, aparentemente um cidadão comum, chegou a ter registrada em seu nome uma centena de empresas ligadas à cadeia de combustíveis — um setor estratégico para disfarçar operações financeiras ilícitas.
As descobertas fazem parte da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que já identificou mais de 700 empresas usadas pelo PCC para dar aparência legal ao dinheiro do tráfico e de outras atividades criminosas.
O rastro do dinheiro sujo do PCC atravessava todo o setor de combustíveis — do campo ao coração financeiro de São Paulo. Essa engrenagem bilionária, comandada pela maior facção criminosa do país, veio à tona na última quinta-feira (28), durante a maior operação contra o crime organizado já realizada no Brasil.
As investigações revelaram que o PCC teria assumido o controle de 40 fundos de investimento, movimentando um patrimônio superior a R$ 30 bilhões. Esse capital era utilizado para lavar dinheiro, blindar bens e financiar aquisições estratégicas. Entre elas, estão quatro usinas de álcool, uma frota de 1.600 caminhões de transporte e mais de cem imóveis de alto padrão.
As apurações mostram, ainda, que a engrenagem do crime não conhece fronteiras e pode transformar qualquer cidade pacata em um elo da maior facção criminosa do país.
(Com informações do Hora News)