O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou um estudo inédito do Censo 2022 sobre a população quilombola no país. A publicação da última sexta-feira, 9, aponta precariedades no saneamento básico vividas por 94,6% dos quilombolas residentes em áreas rurais. No recorte por Unidades da Federação, Sergipe possui mais de 28 mil pessoas autodeclaradas quilombolas e ocupa a sexta posição entre os estados com maior percentual em contexto rural (68,41%).
De acordo com o levantamento em domicílios particulares permanentes ocupados por pelo menos um morador quilombola em situação rural, a conexão à rede de esgoto alcança somente 17,76% (rede geral, pluvial, fossa séptica ou fossa filtro). Os outros 82,24% tem como principal destinação do esgoto a fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar, outra forma ou sem esgotamento devido à inexistência de banheiros ou sanitários.
Quanto à forma de abastecimento de água, em 42,88% acontece pela rede geral de distribuição, poço, fonte, nascente ou mina encanada até dentro do domicílio. A investigação também aponta que, ainda no contexto rural, 51,53% dos domicílios possuem lixo coletado por serviço de limpeza ou depositado em caçamba de serviço de limpeza; o restante tem o lixo queimado ou enterrado na propriedade, jogado em terreno baldio, encosta ou área pública ou outro destino.
Outros dados
Ainda segundo o Censo 2022, entre as unidades federativas, Sergipe possui o maior percentual de população quilombola residente em territórios quilombolas e em situação urbana (31,31%). São 21 territórios oficialmente delimitados no estado, com mais de cinco mil domicílios particulares permanentes e uma média de 3,13% de moradores por domicílio.
O estudo também destaca a taxa de alfabetização entre quilombolas de 15 anos ou mais. No estado, cerca de 24% ainda não foram alfabetizados, o equivalente a 5.017 pessoas.
Sobre a pesquisa
Publicado pelo IBGE, os dados integram a pesquisa “Censo 2022: Quilombolas – Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana ou rural do domicílio”, que aborda temas como sexo e idade, alfabetização, registro de nascimento, além de características dos domicílios com pelo menos um morador quilombola quanto ao saneamento básico, composição domiciliar e óbitos registrados.
Mais informações no site Agência IBGE.