Sergipe reduziu em 46% o desmatamento na Caatinga

No panorama geral do Brasil, incluindo a Mata Atlântica, o estado registrou 330 alertas de desmatamento em 2024

Foto: Arthuro Paganini

Sergipe apresentou redução de 46% no índice de desmatamento da Caatinga em 2024. O estado esteve entre as sete de nove unidades federativas englobadas pelo bioma que tiveram recuo. Os dados são do Relatório Anual de Desmatamento 2024, lançado pelo MapBiomas nesta quinta-feira, 15. 

Cerca de 55% do território sergipano é coberto pela Caatinga. Em abril deste ano, foi anunciado o lançamento do projeto Caatinga Resiste, uma iniciativa dos Ministérios Públicos do Nordeste para ação integrada de proteção ao bioma. A coordenação nacional é do MP de Sergipe, que destacou, na ocasião, a vulnerabilidade da Caatinga diante das mudanças climáticas. 

Também em abril deste ano, o Governo Federal anunciou um investimento de R$ 90 milhões para sua preservação. Dados do MapBiomas apontam que, entre 1985 e 2023, mais de 8,6 milhões de hectares de vegetação nativa foram perdidos. Em 2024, no panorama geral de biomas brasileiros, a Caatinga teve a menor redução de desmatamento com relação ao ano anterior. 

“Foram cerca de 13% de diminuição, o que representa uma área de 174.500 hectares”, pontuou o analista Nerivaldo Santos, durante apresentação no evento de lançamento do último relatório anual. 

Segundo o levantamento, a Caatinga é o terceiro bioma com mais áreas desmatadas (14%) no Brasil em 2024. À frente dela, o ranking é ocupado pelo Cerrado (52,5%) e Amazônia (30,4%) — estes dois que, somados, foram responsáveis por cerca de 83% da área desmatada no país.

De acordo com o MapBiomas, esses dados refletem, pelo segundo ano consecutivo, as formações savânicas (52,4%) e florestais (43,7%) como os tipos de vegetações mais desmatadas no Brasil. 

No total, em 2024, o relatório contabilizou mais de 60 mil alertas nos seis biomas brasileiros, o equivalente a 1,2 milhões de hectares desmatados. 

Desmatamento recua no Brasil

Apesar de números ainda expressivos no índice de desmatamento do país, o panorama geral indica retração de 32,4% no Brasil, em 2024. O relatório aponta que cinco dos seis biomas brasileiros apresentaram recuo na perda de cobertura da vegetação nativa, com exceção da Mata Atlântica que manteve estabilidade após queda de mais de 50% em 2023. 

Este é o segundo ano consecutivo de retração, segundo o MapBiomas. No comparativo com 2023, a redução foi mais intensa no Pantanal (58,6%) e Pampa (42,1%), seguidos do Cerrado (41,2%), Amazônia (16,8%) e Caatinga (13,4%). A Mata Atlântica, por sua vez, registrou um crescimento de 2% — o relatório aponta que, entre as causas dessa exceção, está o impacto de eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul em 2024. 

Confira o relatório.

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Jhennifer Laruska

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